domingo, 24 de julho de 2011

Refexão

A escola pública brasileira: uma realidade dura

A escola pública brasileira há muitos anos passa por problemas sérios e bastante discutidos. Agora que o Ministério da Educação propôs um novo formato para o ensino médio e algumas pesquisas sobre o comportamento dos alunos e o perfil das escolas foram divulgados, a IHU On-Line conversou por telefone com Roberto de Leão, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, sobre a situação das escolas, dos professores e dos alunos de hoje. Segundo ele, o professor tem como principal tarefa disseminar o conhecimento, porém, tem dividido seu tempo para desempenhar atividades que não deveriam estar no seu dia-a-dia. “Eles passaram a ter funções que, na verdade, são de psicólogos, assistentes sociais, e até dos pais”, disse Leão.

Leão afirma que, embora a questão salarial seja vista como uma das principais reivindicações dos profissionais da educação, eles têm lutado muito para que seu trabalho seja valorizado e para receber a oportunidade de terem uma formação mais completa, além de buscarem uma gestão democrática para o setor. “Se tivermos investimento, valorização profissional e gestão democrática caminharemos com muita tranquilidade para a construção de uma escola pública de qualidade, que é o sonho de todos nós”, relatou.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Como você define o perfil da escola pública no Brasil?

Roberto de Leão – É uma escola que passa por uma enorme dificuldade e é frequentada, em sua maioria, por pessoas de poucas posses, da classe média baixa, ou seja, pessoas que estão em situação econômica problemática. Enfim, é a escola que o povo frequenta e que passa hoje por dificuldades de estrutura, de funcionamento, etc. A escola pública brasileira se sustenta hoje muito mais pela solidariedade dos profissionais da educação que atuam nela, do que por conta das políticas públicas que deveriam fazê-la funcionar direito.

IHU On-Line – A indisciplina é fruto de quê?

Roberto de Leão – Penso que precisamos avaliar essa questão da indisciplina não como algo que é só da escola. A sociedade e o mundo estão muito violentos, hoje. A falta de perspectiva para nossa juventude é uma realidade e isso termina refletindo dentro da escola pública. Aliás, a escola é o único aparelho social que o Estado conta para poder fazer políticas de integração desse pessoal que vive mal, que não tem serviço, que têm poucas perspectivas num mundo extremamente competitivo. Então, o único lugar que o Estado tem para que essas pessoas possam construir algo de forma solidária é a escola. E isso, no entanto, sobrecarrega o trabalhador da escola, ou seja, os professores, pois eles passaram a ter funções que, na verdade, são de psicólogos, de assistentes sociais, e até dos pais. Há professores que terminam atuando para além daquilo que seria sua função primeira, que é ensinar.

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