terça-feira, 29 de março de 2011

Cego e amigo Gedeão à beira da estrada

Moacyr Scliar


— Este que passou agora foi um Volkswagen 1962, não é, amigo Gedeão?

— Não, Cego. Foi um Simca Tufão.

— Um Simca Tufão? ... Ah, sim, é verdade. Um Simca potente. E muito econômico. Conheço o Simca Tufão de longe. Conheço qualquer carro pelo barulho da máquina.

Este que passou agora não foi um Ford?

— Não, Cego. Foi um caminhão Mercedinho.

— Um caminhão Mercedinho! Quem diria! Faz tempo que não passa por aqui um caminhão Mercedinho. Grande caminhão. Forte. Estável nas curvas. Conheço o Mercedinho de longe... Conheço qualquer carro. Sabe há quanto tempo sento à beira desta estrada ouvindo os motores, amigo Gedeão? Doze anos, amigo Gedeão. Doze anos.

É um bocado de tempo, não é, amigo Gedeão? Deu para aprender muita coisa. A respeito de carros, digo. Este que passou não foi um Gordini Teimoso?

— Não, Cego. Foi uma lambreta.

— Uma lambreta... Enganam a gente, estas lambretas. Principalmente quando eles deixam a descarga aberta.

Mas como eu ia dizendo, se há coisa que eu sei fazer é reconhecer automóvel pelo barulho do motor. Também, não é para menos: anos e anos ouvindo!

Esta habilidade de muito me valeu, em certa ocasião... Este que passou não foi um Mercedinho?

— Não, Cego. Foi o ônibus.

— Eu sabia: nunca passam dois Mercedinhos seguidos. Disse só pra chatear. Mas onde é que eu estava? Ah, sim.

Minha habilidade já me foi útil. Quer que eu conte, amigo Gedeão? Pois então conto. Ajuda a matar o tempo, não é? Assim o dia termina mais ligeiro. Gosto mais da noite: é fresquinha, nesta época. Mas como eu ia dizendo: há uns anos atrás mataram um homem a uns dois quilômetros daqui. Um fazendeiro muito rico. Mataram com quinze balaços. Este que passou não foi um Galaxie?

— Não. Foi um Volkswagen 1964.

— Ah, um Volkswagen... Bom carro. Muito econômico. E a caixa de mudanças muito boa. Mas, então, mataram o fazendeiro. Não ouviu falar? Foi um caso muito rumoroso. Quinze balaços! E levaram todo o dinheiro do fazendeiro. Eu, que naquela época j á costumava ficar sentado aqui à beira da estrada, ouvi falar no crime, que tinha sido cometido num domingo. Na sexta-feira, o rádio dizia que a polícia nem sabia por onde começar. Este que passou não foi um Candango?

— Não, Cego, não foi um Candango.

— Eu estava certo que era um Candango... Como eu ia contando: na sexta, nem sabiam por onde começar.

Eu ficava sentado aqui, nesta mesma cadeira, pensando, pensando... A gente pensa muito. De modos que fui formando um raciocínio. E achei que devia ajudar a polícia. Pedi ao meu vizinho para avisar ao delegado que eu tinha uma comunicação a fazer. Mas este agora foi um Candango!

— Não, Cego. Foi um Gordini Teimoso.

— Eu seria capaz de jurar que era um Candango. O delegado demorou a falar comigo. De certo pensou: "Um cego? O que pode ter visto um cego?" Estas bobagens, sabe como é, amigo Gedeão. Mesmo assim, apareceu, porque estavam tão atrapalhados que iriam até falar com uma pedra. Veio o delegado e sentou bem aí onde estás, amigo Gedeão. Este agora foi o ônibus?

— Não, Cego. Foi uma camioneta Chevrolet Pavão.

— Boa, esta camioneta, antiga, mas boa. Onde é que eu estava? Ah, sim. Veio o delegado. Perguntei:

"Senhor delegado, a que horas foi cometido o crime?"

— "Mais ou menos às três da tarde, Cego" — respondeu ele. "Então" — disse eu. — "O senhor terá de procurar um Oldsmobile 1927. Este carro tem a surdina furada.

Uma vela de ignição funciona mal. Na frente, viajava um homem muito gordo. Atrás, tenho certeza, mas iam talvez duas ou três pessoas." O delegado estava assombrado. "Como sabe de tudo isto, amigo?" — era só o que ele perguntava. Este que passou não foi um DKW?

— Não, Cego. Foi um Volkswagen.

— Sim. O delegado estava assombrado. "Como sabe de tudo isto?" — "Ora, delegado" — respondi. — "Há anos que sento aqui à beira da estrada ouvindo automóveis passar. Conheço qualquer carro. Sem mais: quando o motor está mal, quando há muito peso na frente, quando há gente no banco de trás. Este carro passou para lá às quinze para as três; e voltou para a cidade às três e quinze." — "Como é que tu sabias das horas?" — perguntou o delegado. — "Ora, delegado"— respondi. — "Se há coisa que eu sei — além de reconhecer os carros pelo barulho do motor — é calcular as horas pela altura do sol." Mesmo duvidando, o delegado foi... Passou um Aero Willys?

— Não, Cego. Foi um Chevrolet.

— O delegado acabou achando o Oldsmobile 1927 com toda a turma dentro. Ficaram tão assombrados que se entregaram sem resistir. O delegado recuperou todo o dinheiro do fazendeiro, e a família me deu uma boa bolada de gratificação. Este que passou foi um Toyota?

— Não, Cego. Foi um Ford 1956.


O texto acima foi publicado no livro "Para Gostar de Ler — Volume 9 — Contos", Editora Ática — São Paulo, 1984, pág. 26.

Tudo sobre Moacyr Scliar e sua obra em "Biografias".

quarta-feira, 23 de março de 2011

EXERCÍसिओस सोब्रे तिपोस दे सुजेइतो

1. Dê a função sintática dos termos assinalados pelas aspas: "O lucro", que é um dos incentivos do sistema, foi "excelente".

a) objeto direto - adjunto adverbial.
b) sujeito - predicativo do sujeito.
c) sujeito - predicativo do objeto.
d) predicativo do sujeito - predicativo do objeto.




2. "Pagam bem lá?" Nesta oração o sujeito é:

a) oculto
b) simples
c) indeterminado
d) oração sem sujeito




3. "Em nossa terra não se vive senão de política." Nesta oração o sujeito é:

a) indeterminado
b) oração sem sujeito
c) oculto
d) simples




4. "Afinal, lá se está sempre contente." Nesta oração o tipo de sujeito é:

a) oculto
b) composto
c) determinado
d) indeterminado




5. "Precisa-se de operários para a obra." Nesta oração o tipo de sujeito é:

a) composto
b) indeterminado
c) simples
d) oração sem sujeito




6. "Os livros escolares devem ser tratados com carinho." Nesta oração o tipo de sujeito é:

a) composto
b) indeterminado
c) simples
d) oração sem sujeito




7. Meu amigo José estuda à noite. Nesta oração o tipo de sujeito é:

a) indeterminado
b) composto
c) simples
d) nenhuma das anteriores




8. "Entusiasmo, garbo e disciplina caracterizaram o desfile." Nesta oração o tipo de sujeito é:

a) indeterminado
b) composto
c) oração sem sujeito
d) simples




9. O sujeito de uma oração é determinado quando:

a) O seu núcleo é um substantivo, palavra substantivada, pronome ou oração substantiva.
b) O seu núcleo é sempre um substantivo
c) O seu núcleo é sempre uma oração substantiva ou um substantivo
d) O seu núcleo é sempre um pronome pessoal ou um substantivo.




10. Quanto à espécie, o sujeito de uma oração pode ser:

a) Determinado ou indeterminado
b) Simples ou composto
c) As duas alternativas anteriores estão corretas.
d) Nenhuma alternativa está correta.

TRANSITIVIDADE VERBAL


# RANSITIVIDADE VERBAL PROFESSORA ÂNGELA
# VERBO DE LIGAÇÃO

* Funciona como elo entre o sujeito e o predicativo do sujeito e indica o estado do sujeito.

* Ex.: Meu pai está cansado

* Indica que o sujeito não está praticando uma ação.

* Ex.: Eu sou uma pintora

# Principais Verbos de Ligação:

* ser : Eu sou linda;

* Estar : Estamos preocupados;

* Permanecer : As crianças permaneciam quietas;

* Continuar : Janaína continua doente;

* Andar (não o sentido de caminhar e sim de estar): Ando meio adoentado.

# PREDICATIVO DO SUJEITO

* PALAVRA QUE DÁ CARACTERÍSTICA AO SUJEITO

* EX.:

* Os relógios eram de plásticos .

# Que é verbo transitivo? É o verbo de sentido incompleto que pede algum objeto, ao qual passa a ação.

* Há dois tipos: 1) Transitivo direto - pede objeto direto. Ex.: Os meninos da classe compraram pipocas.

* 2) Transitivo indireto - pede objeto indireto. Ex.: As meninas gostam de paçoca.

# Objeto direto e objeto indireto

* São complementos verbais.

* O objeto direto completa o sentido do VTD;

* O objeto indireto completa o sentido do VTI;

# Que é objeto direto?

* Consiste em fazer ao verbo uma das perguntas: - QUEM? ou O QUÊ? A reposta será objeto direto. Exemplo: João pegou a chave . (Pergunta-se: João pegou o quê? Reposta - a chave . Objeto direto: a chave.) O cão pegou o menino. (Pergunta-se: - O cão pegou quem? Resposta: - o menino . Objeto direto: o menino.)

# Que é objeto indireto?

* Acha-se o objeto indireto, fazendo ao verbo, uma das seguintes perguntas: A QUÊ? DE QUÊ? PARA QUÊ? A QUEM? DE QUEM? PARA QUEM? Exemplo: André obedece aos pais. Obedece a quem? - aos pais. Este é o objeto indireto, está indiretamente ligado ao verbo, isto é, por meio de uma preposição .

# Que é verbo intransitivo?

* É intransitivo o verbo que não pede objeto. A ação que ele exprime, não passa necessariamente a outro elemento. Exemplo: A criança dorme. O verbo intransitivo poderá vir acompanhado de adjuntos adverbiais, mas continua sendo intransitivo. Exemplos: A criança dorme bem. (bem: adjunto adverbial de modo) A criança dorme em sua caminha. (em sua caminha: adjunto adverbial de lugar)

# Verbo Transitivo direto e indireto

* Observações: 1. Há verbos transitivos que pedem dois objetos: um, direto e outro, indireto.

* Exemplos: Dar, mostrar, pedir, devolver, entregar, oferecer. O namorado d eu a Célia (indireto) um buquê (direto).

sexta-feira, 11 de março de 2011

SIMPLESMENTE FERNANDO PESSOA!!!!

O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".
(Fernando Pessoa)

Para refletir


Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito.
Fernando Pessoa

Tipos de sujeito


A função sintática que denominamos sujeito, é um termo essencial da frase e pode se comportar de várias maneiras, dependendo da intenção da mesma: agente, experienciador, paciente, etc.

O sujeito tem a característica de concordar com o verbo, salvo raríssimas exceções.

Vejamos agora quais os tipos de sujeito existentes e como eles são caracterizados para que possamos identificá-los.

Sujeito Simples: possui apenas um núcleo e este vem exposto.

Exemplos:

- Deus é perfeito!
- A cegueira lhe torturava os últimos dias de vida.
- Pastavam vacas brancas e malhadas.

Sujeito Composto: possui dois ou mais núcleos que também vêm expressos na oração.

Exemplos:

- As vacas brancas e os touros pretos pastavam.
- A cegueira e a pobreza lhe torturavam os últimos dias de vida.
- Fome e desidratação são agravantes das doenças daquele povo.

Sujeito Oculto: também chamado de sujeito elíptico ou desinencial, é determinado pela desinência verbal e não aparece explícito na frase. Dá-se por isso o nome de sujeito implícito.

Exemplos:

- Estamos sempre alertas para com os aumentos abusivos de preços. (sujeito: nós)
- Quero que meus pais cheguem de viagem o mais rápido possível. (sujeito: eu)
- Os pais terminaram a reunião. Foram embora logo em seguida. (sujeito: os pais)

Sujeito Indeterminado: Este tipo de sujeito não aparece explícito na oração por ser impossível determiná-lo, apesar disso, sabe-se que existe um agente ou experienciador da ação verbal.

Exemplos:

1- verbo na 3ª pessoa do plural

- Dizem que a família está falindo. (alguém diz, mas não se sabe quem)
- Disseram que morreu do coração.

2- verbo na 3ª pessoa do singular + se, índice de indeterminação do sujeito

- Precisa-se de mão de obra especializada. (não se pode determinar quem precisa)

Sujeito inexistente: também chamado de oração sem sujeito, é designado por verbos que não correspondem a uma ação, como fenômenos da natureza, entre outros.

Exemplos:

1- Verbos indicando Fenômeno da Natureza

- Choveu na Argentina e fez sol no Brasil.

2- verbo haver no sentido de existir ou ocorrer

- Houve um grave acidente na avenida principal.
- Há pessoas que não valorizam a vida.

3- verbo fazer indicando tempo ou clima

- Faz meses que não a vejo.
- Faz sempre frio nessa região do estado.

Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: quando o sujeito é uma oração. Pode ser desenvolvida ou reduzida. (veja esse assunto em: Orações Subordinadas Substantivas)

- Fazer promessas é muito comprometedor. (sujeito oracional: fazer promessas)

Elementos da Narrativa




Introdução

A narração é um relato centrado num fato ou acontecimento; há personagens a atuar e um narrador que relata a ação. O tempo e o ambiente (ou cenário) são outros elementos importantes na estrutura da narração.

O Enredo

O enredo, ou trama, ou intriga, é, podemos dizer, o esqueleto da narrativa, aquilo que dá sustentação à história, ou seja, é o desenrolar dos acontecimentos. Geralmente, o enredo está centrado num conflito, responsável pelo nível de tensão da narrativa; podemos ter um conflito entre o homem e o meio natural (como ocorre em alguns romances modernistas), entre o homem e o meio social, até chegarmos a narrativas que colocam o homem contra si próprio (como ocorre em romances introspectivos).

Em O Ateneu o enredo desenvolve-se a partir da entrada do menino Sérgio, aos onze anos de idade, no colégio interno. Colocado diante de um mundo diferente, sem estar preparado para isso, o menino vivência uma série de experiências e acontecimentos que culminam com o incêndio e a consequente destruição do colégio.



O Ambiente

O ambiente é o espaço por onde circulam personagens e se desenrola o enredo. Em alguns casos, é de importância tão fundamental que se transforma em personagem, como no caso do colégio interno em O Ateneu, de Raul Pompéia, e da habitação colectiva em O cortiço, de Aluísio Azevedo.



O Tempo

Observe, no fragmento de O Ateneu, como o tempo é um elemento importante: "Eu tinha onze anos", afirma o personagem-narrador (perceba a expressividade do pronome pessoal e do verbo no pretérito). Fica caracterizada, assim, uma narrativa de carácter memorialista, ou seja, o tempo da acção é anterior ao tempo da narração. O personagem-narrador na sua vida adulta narra factos acontecidos durante a sua pré-adolescência.



As Personagens

Os seres que actuam, isto é, que vivem o enredo, são as personagens. Em geral a personagem bem construída representa uma individualidade, apresentando, inclusive, traços psicológicos distintos. Há personagens que não representam individualidades, mas sim tipos humanos, identificados antes pela profissão, pelo comportamento, pela classe social, enfim, por algum traço distintivo comum a todos os indivíduos dessa categoria. E há também personagens cujos traços de personalidade ou padrões de comportamento são extremamente acentuados (às vezes tocando o ridículo); nesses casos, muito comuns em novelas de televisão, por exemplo, temos personagens caricaturais.

A personagem Sérgio, do romance O Ateneu, constitui-se numa individualidade, ou seja, numa figura humana complexa que vive conflitos com o mundo exterior e consigo mesmo. Já o director do colégio, o Dr. Aristarco, embora não seja uma caricatura, apresenta alguns traços de personagem caricatura.



O Nome das Personagens

É interessante observar como os bons escritores se preocupam com a relação personagem/nome próprio. Veja Graciliano Ramos, em Vida secas: Vitória é o nome de uma nordestina que alimenta pequenos sonhos, nunca concretizados; Baleia é o nome de uma cachorra que morre em consequência da seca, em pleno sertão nordestino.

Machado de Assis é outro exemplo brilhante; em Dom Casmurro, o personagem-narrador chama-se Bento e tem sua vida em grande parte determinada pela carolice da mãe, que queria torná-lo padre.

Lima Barreto também trabalha muito bem o nome dos seus personagens: Clara do Anjos é uma rapariga negra que é engravidada e abandonada por um rapaz branco; Isaías Caminha é um escrivão (lembra-se do Pero Vaz ?); Quaresma é um ingénuo nacionalista que morre às mãos de um ditador.

No romance O Ateneu, o diretor autocrático e majestático, responsável por um ensino conservador e ultrapassado, é significativamente baptizado de Aristarco (de áristos, "óptimo" + arqué, "governo", ou seja, o bom governo, com toda ironia possível). Conclusão: ao ler bons autores ou mesmo ao criar personagens, preste atenção aos nomes.

Em Quincas Borba temos um narrador omnisciente. Veja como o narrador "lê" os sentimentos, os desejos e mesmo o jogo de cena da personagem; sabemos, por exemplo, que Rubião mirava disfarçadamente a bandeja, que amava de coração os metais nobres. O narrador conhece as prováveis opções de Rubião: a preferência pela bandeja de prata aos bustos de bronze.



Narração na 3ª Pessoa e narrador onisciente e onipresente

O narrador onisciente ou onipresente é uma espécie de testemunha invisível de tudo o que acontece, em todos os lugares e em todos os momentos; ele não só se preocupa em dizer o que as personagens fazem ou falam, mas também traduz o que pensam e sentem. Portanto, ele tenta passar para o leitor as emoções, os pensamentos e os sentimentos das personagens.

Nas narrações em terceira pessoa, o narrador está fora dos acontecimentos; podemos dizer que ele paira acima de tudo e de todos. Esta situação permite ao narrador saber de tudo, do passado e do futuro, das emoções e pensamentos dos personagens. Daí dizer-se onisciente.

sexta-feira, 4 de março de 2011


Of all the characteristics that are common in human nature to envy the most disgraceful, the envious not only want to cause misfortune and causes whenever it can do with impunity, but also becomes unhappy because of their jealousy
Bertrand Russel

Cecília Meireles


És precária e veloz, Felicidade.
Custas a vir e, quando vens, não te demoras.
Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo,
e, para te medir, se inventaram as horas.

Felicidade, és coisa estranha e dolorosa:
Fizeste para sempre a vida ficar triste:
Porque um dia se vê que as horas todas passam,
e um tempo despovoado e profundo, persiste.
Cecília Meireles

htCaros colegas encontrei esse site muito útil, vale a pena conferir" tp s://adonisdutra.com.br/simulados-de-portugues-7ano/