sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Rodas de leitura, conversando sobre o livro.




As rodas de biblioteca devem ser realizadas como uma atividade planejada e permanente de leitura na escola (semanal ou quinzenal), em que se converse sobre as leituras que as crianças realizaram em casa (com o empréstimo de livros) e abra-se um espaço para que elas indiquem o livro que leram para alguns colegas, levando em conta características da obra e as preferências leitoras dos amigos.

Essa atividade, ao ser inserida no cotidiano da classe, traz em si o potencial de ajudar a construir uma comunidade de leitores e escritores na escola, em que as crianças tenham múltiplas oportunidades de explorar novos livros, escolher suas leituras, apreciar os efeitos que cada uma delas lhes traz, falar sobre essas sensações, recomendar leituras e analisar as recomendações recebidas dos colegas a fim de seguir aquelas que parecem mais interessantes, desenvolvendo, ao longo do processo, gostos e preferências por obras, gêneros e autores.

Objetivos
- Ampliar o repertório literário;
- Interagir com o livro de maneira prazerosa, reconhecendo-o como fonte de múltiplas informações e entretenimento;
- Compartilhar experiências leitoras;
- Confrontar interpretações;
- Estabelecer relações com outros textos;
- Ampliar os conhecimentos acerca de um determinado autor, utilizando-os como critério de seleção na escolha dos livros a serem retirados/recomendados e enriquecendo as possibilidades de antecipações e interpretações;
- Ampliar os conhecimentos acerca de determinado gênero, utilizando-os como um critério de seleção/indicação na escolha dos livros a serem retirados/recomendados e enriquecendo as possibilidades de antecipações e interpretações;
- Conhecer diferentes ilustradores e ilustrações, compartilhando o efeito que uma ilustração produz, confrontando interpretações e considerando tais conhecimentos na seleção/indicação de livros;
- Conhecer diferentes coleções, ampliando os conhecimentos acerca das características desse tipo de publicação e utilizando-os como um critério de seleção na escolha dos livros a serem retirados ou em sua indicação.
Flexibilização para deficiência intelectual
Se o aluno não for alfabetizado, estimule sua observação sobre as ilustrações dos livros. Há vários livros infantis com muita riqueza de imagens. Assim, a leitura visual deve ser encarada como outra maneira de interpretar a história.
Conteúdos
- Valorização da leitura como uma fonte de prazer e entretenimento.
- Interesse por compartilhar opiniões, ideias e preferências acerca dos livros lidos.
- Desenvolvimento de estratégias de argumentação para defender ideias e pontos de vista sobre os livros lidos.
- Desenvolvimento de critérios de escolha e de indicação de livros.

Atividade permanente ao longo do ano ou do semestre, com frequência quinzenal ou semanal.
Material necessário
Livros de literatura infanto-juvenil constantes do acervo da Escola.
Flexibilização para deficiência intelectual
Providencie alguns exemplares em áudio e/ou em braile.

Desenvolvimento
1ª etapa
Organize as rodas de leitura e aproveite as perguntas abaixo, retiradas do livro Dime, de Aidan Chambers, a o professor criar um movimento de troca de ideias, considerações e indicações entre os pequenos, usando, quando necessário, uma pergunta ou outra com cada criança na roda. Com o tempo, as crianças vão construindo uma autonomia cada vez maior para compartilhar essas impressões sobre as leituras realizadas e, com isso, assumindo um protagonismo cada vez maior na troca.
Flexibilização para deficiência intelectual
Marque a atividade com um símbolo no quadro de rotina e leve o aluno até ele um pouco antes do início, antecipe o comportamento esperado dele e estimule sua participação no preparo da sala para o momento da leitura. Faça perguntas direcionadas a esse aluno condizentes com suas competências de leitor. Valorize a leitura das imagens.

- Houve alguma coisa de que vocês gostaram nesse livro?
- O que chamou especialmente a atenção?
- Você gostaria que algo tivesse acontecido de forma diferente?
- Houve alguma coisa de que você não gostou?
- Houve uma parte que você achou cansativa?
- Você pulou alguma parte? Qual?
- Se você parou de ler, em que parte isso aconteceu?
- Houve alguma coisa que causou espanto?
- Houve algo que você achou maravilhoso?
- Encontrou alguma coisa que você nunca havia visto em um livro?
- Você se surpreendeu com alguma coisa?
- Alguma coisa não combinava ou não ficou bem explicada?
- A primeira vez que você viu esse livro, antes de ler, como pensava que ele seria?
- O que o fez esperar isso?
- Depois de ler, foi o que você esperava?
- Você já leu livros como este?
- Você já leu esse livro antes? (Se sim) Foi diferente dessa vez?
- O que você diria a seus amigos sobre esse livro?
- Há quanto tempo vocês acham que aconteceu essa história?
- Sobre quem é essa história?
- Que personagem você achou mais interessante?
- Em que lugar se passa a história?

Ao final da roda, organize com a turma novos empréstimos de livros e combine a data da próxima roda. 
Flexibilização para deficiência intelectual
Veja se a escolha de livros que o aluno está fazendo é adequada e o auxilie quando for necessário.

Avaliação
Observe se os alunos:
- Demonstram interesse em selecionar livros para levar e ler em casa.
- Compartilham impressões, opiniões e passagens preferidas sobre os livros e as situações de leitura em casa.
- Recomendam a leitura do livro que leram levando em conta suas características e  os gostos da pessoa  para quem a recomendação é feita.
- Estabelecem relações entre a história lida em casa e outras conhecidas.
- Ampliaram seus critérios de escolha.
Flexibilização para deficiência intelectual
Além disso, o acompanhamento dos avanços das crianças deve orientar o planejamento de intervenções individualizadas, quando necessário. Para alunos de inclusão, isso é ainda mais fundamental. A ideia é sempre criar condições e demandas para que todos tenham a oportunidade e o espaço de participar das conversas sobre a leitura. Assim, eles terão melhores critérios para selecionar títulos para o empréstimo, avançando em seus comportamentos leitores.



I – TEXTO.
O PENTEADO – MACHADO DE ASSIS
      E Capitu deu-me as costas, voltando-se para o espelhando. Peguei-lhe dos cabelos, colhi-os todos e entrei a alisá-los com o pente, desde a testa até as últimas pontas, que lhe desciam à cintura. Em pé não dava jeito: não esquecestes que ela era um nadinha mais alta que eu, mas ainda que fosse da mesma altura. Pedi-lhe que se sentasse.
    -Senta aqui, é melhor.
     Sentou-se. "Vamos ver o grande cabeleireiro", disse-me rindo. Continuei a alisar os cabelos, com muito cuidado, e dividi-os em duas porções iguais, para compor as duas tranças. Não as fiz logo, nem assim depressa, como podem supor os cabeleireiros de ofício, mas devagar, devagarinho, saboreando pelo tato aqueles fios grossos, que eram parte dela.
     O trabalho era atrapalhado, às vezes por descuido, outras de propósito para desfazer o feito e refazê-lo. Os dedos roçavam na nuca da pequena ou nas espáduas vestidas de chita, e a sensação era um deleite. Mas, enfim, os cabelos iam acabando, por mais que eu os quisesse intermináveis. Não pedi ao céu que eles fossem tão longos como os da Aurora, porque não conhecia ainda esta divindade que os velhos poetas me apresentaram depois; mas, desejei penteá-los por todos os séculos dos séculos, tecer duas tranças que pudessem envolver o infinito por um número inominável de vezes.
     Se isto vos parecer enfático, desgraçado leitor, é que nunca penteastes uma pequena, nunca pusestes as mãos adolescentes na jovem cabeça de uma ninfa... Uma ninfa! Todo eu estou mitológico. Ainda há pouco, falando dos seus olhos de ressaca, cheguei a escrever Tétis; risquei Tétis, risquemos ninfa, digamos somente uma criatura amada, palavra que envolve todas as potências cristãs e pagãs.
     Enfim acabei as duas tranças. Onde estava a fita para atar-lhes as pontas? Em cima da mesa, um triste pedaço de fita enxovalhada. Juntei as pontas das tranças, uni-as por um laço, retoquei a obra, alargando aqui, achatando ali, até que exclamei:
    -Pronto!
    -Estará bom?
    -Veja no espelho.
     Em vez de ir ao espelho, que pensais que fez Capitu? Não vos esqueçais que estava sentada, de costas para mim. Capitu derreou a cabeça, a tal ponto que me foi preciso acudir com as mãos e ampará-la; o espaldar da cadeira era baixo. Inclinei-me depois sobre ela rosto a rosto, mas trocados, os olhos de uma na linha da boca do outro. Pedi-lhe que levantasse a cabeça, podia ficar tonta, machucar o pescoço. Cheguei a dizer-lhe que estava feia; mas nem esta razão a moveu.
    -Levanta, Capitu!
     Não quis, não levantou a cabeça, e ficamos assim a olhar um para o outro, até que ela abrochou os lábios, eu desci os meus, e...
     Grande foi a sensação do beijo; Capitu ergueu-se, rápida, eu recuei até à parede com uma espécie de vertigem, sem fala, os olhos escuros. Quando eles me clarearam vi que Capitu tinha os seus no chão. Não me atrevi a dizer nada; ainda que quisesse, faltava-me língua. Preso, atordoado, não achava gesto nem ímpeto que me descolasse da parede e me atirasse a ela com mil palavras cálidas e mimosas...

(Dom Casmurro, capítulo XXXIII)
II – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO.

1) Transcreva uma frase do texto que comprove que as personagens são adolescentes.

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2) O que quer dizer a expressão ´´ devagar, devagarinho``? ___________________________

Atividades de Português – 4º ano




                                
I- Texto
A árvore que fugiu do quintal
       
        No tempo dos quintais, quando as crianças de hoje ainda nem haviam nascido, o mundo era muito bonito. Em todo lugar havia muitas árvores, flores, passarinhos e borboletas de todas as cores.
        Quando cansados, desciam correndo, rindo e falando alto: “O último a chegar lá é mulher de padre!” E eu tinha de tomar muito cuidado para não deixar nenhum menino cair de mim. Já com sono de tanto brincar e de barriga bem cheia, procuravam minha sombra, recostavam no meu tronco e dormiam  à beça até o sol se pôr.
        Vivíamos bem felizes até aparecer na cidade um homem grande, de nome Serjão, gordo feito uma baleia, com bigodão e voz grossa de meter medo.
        Serjão começou a comprar tudo; matava as árvores, destruía as casas. Por fim, tapava a terra toda com cimento e construía, no lugar, edifícios de vinte andares.
        O nosso mundo foi ficando feio. As crianças já não tinham quase mais lugar para jogar bola de gude, nem árvores para subir, nem terra onde brincar. E aconteceu que o pai do Joãozinho teve de vender a casa. Serjão foi lá no quintal e mandou derrubar tudo: “ Hoje, a casa. Amanhã, a árvore”. O baleião me revoltou. Ah... que vontade de dar uma galhada nele.
        Os homens são uns bobões. Pensam que as árvores só servem para enfeitar. Mas nós percebemos tudo. Não temos nariz, mas respiramos. Não temos coração, mas sentimos. Não temos lágrimas, mas choramos muito quando nos maltratam.
        Não sei por que os homens acham que são melhores do que nós. Brigam por qualquer coisinha... Só porque um é branco e outro, preto, já é motivo de pancada. Nós, árvores, não brigamos nunca. Mesmo se é uma mangueira e outra, laranjeira. Somos amigas sempre. Não importa de que semente tenhamos nascido.
        Naquele dia tão triste, já com saudade do Joãozinho e das crianças e com muita raiva do Serjão gordão cara de melão, resolvi fugir. Esperei ficar de noite, enquanto os homens dormiam, e com muita dificuldade arranquei da terra minhas raízes; são elas que prendem as árvores à terra, e por elas as árvores se alimentam.
        Nunca vou esquecer como doeu...como doeu. Fugi para a montanha, de onde via a cidade toda.
        Lá de cima, vi a cena mais triste. Casas derrubadas. Árvores também. A terra coberta de asfalto e cimento. Os passarinhos, alguns trazendo no bico, ninhos e filhotes incapazes de voar, fugiam com as borboletas. Um deles pousou em um dos meus galhos e me disse desesperado: “Não há como viver lá embaixo. Em breve não haverá como viver aqui, nem em lugar algum deste triste planeta Terra, que começam a chamar de planeta Cimento”.
                                                           Álvaro Ottoni Menezes, Rio de Janeiro: Nórdica, 1991.



II- Interpretação do texto.

1-Qual o tema desenvolvido no texto?_____________________________________

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2- Releia o 8º parágrafo, que indica uma resolução da árvore:

a- Por que a árvore tomou essa decisão?____________________________________

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b- Árvores não falam nem andam. Explique por que o autor atribuiu essas atitudes à árvore?______________________________________________________________

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3- Qual personagem narra a história? Como você pode comprovar isso?

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4- Releia o último parágrafo do texto:

a- O trecho que está entre aspas representa a fala de qual personagem?___________________


b- Com quem este personagem está falando?_______________________________


5- A árvore que fugiu do quintal é um texto narrativo. Leia os elementos da narrativa e complete de acordo com o texto:

Personagens principais: ___________________       ____________________

Personagens secundários: _______________________________________________

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Espaço (local):_______________________________________________________

Tempo (passado, presente ou futuro):____________________

Conflito (problema vivido pelos personagens) ________________________________

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Resolução:____________________________________________________________
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III- Produção de texto. Monte um texto de opinião, sobre o tema: Meio Ambiente.
*Como está o meio ambiente? *O que precisa ser feito para ajudá-lo?

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