quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

No meio do caminho




No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

TEACHER Iara: Rachel de Queiroz

TEACHER Iara: Rachel de Queiroz

Rachel de Queiroz





Geometria dos ventos


Eis que temos aqui a Poesia,
a grande Poesia.
Que não oferece signos
nem linguagem específica, não respeita
sequer os limites do idioma. Ela flui, como um rio.
como o sangue nas artérias,
tão espontânea que nem se sabe como foi escrita.
E ao mesmo tempo tão elaborada -
feito uma flor na sua perfeição minuciosa,
um cristal que se arranca da terra
já dentro da geometria impecável
da sua lapidação.
Onde se conta uma história,
onde se vive um delírio; onde a condição humana exacerba,
até à fronteira da loucura,
junto com Vincent e os seus girassóis de fogo,
à sombra de Eva Braun, envolta no mistério ao
mesmo tempo
fácil e insolúvel da sua tragédia.
Sim, é o encontro com a Poesia.


(Poesia feita em homenagem ao poema
"Geometrida dos Ventos" de Álvaro Pacheco)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Mario Quintana - A Cor do Invisível

AH! OS RELÓGIOS

Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...

Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.

Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.

E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...

Mario Quintana - A Cor do Invisível

ESPERANÇAS


Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais.

ETERNAMENTE "JOSÉ SARAMAGO"


Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A LAGOA


Lagoa é um exemplo de poema lírico,ou seja,usa-se a primeira pessoa do singular-EU- para falar de uma experiência pessoal.Textos assim dão ênfase ao que chamamos de "EU POÈTICO", a voz de que conta uma experiência pessoal.Isto não significa necessariamente que seja uma experiência real,vivida pelo homem que escreve.Nâo podemos esquecer que poemas também são textos de ficcão.
O tema central do poema é a experiência do EU POÈTICO:ele não conhece o mar,mas conhece a lagoa.Ele não sabe,portanto,como o mar é,mas sabe como é a lagoa.
Como é um poema,o texto tem ritmo próprio,muito diferente de um texto em prosa:é um ritmo cadenciado,como se fosse uma música.
Quanto a forma,"a lagoa" tem 15 versos distribuído em 3 estrofes,sendo que a primeira e a segunda têm,cada uma,4 versos.A terceira tem 7 versos.Os versos são livres,ou seja,não tem rima.Cada verso termina com um som diferente.Não havendo regularidade nos sons que terminam os versos,não há um efeito de eco,que é o que constitui as rimas.
Quanto a linguagem,o poeta explora uma linguagem bastante simples,assim como o vocabulario e a estrutura das frases.

htCaros colegas encontrei esse site muito útil, vale a pena conferir" tp s://adonisdutra.com.br/simulados-de-portugues-7ano/