quinta-feira, 2 de setembro de 2010

MOTIVO

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo: mais nada.

Convide os estudantes a investigar os aspectos mais evidentes do texto. Por que é um poema? Há rimas? O que o título sugere? Peça que leiam o verbete num dicionário e debatam os sentidos que se aproximam do texto. Sugira que apontem os versos que consideraram difíceis de compreender.

TRABALHANDO COM POEMAS

Um dos desafios que os professores encontram no cotidiano da sala de aula é o trabalho com o texto poético. As justificativas são inúmeras, desde a ausência de motivação e interesse dos alunos em ler o referido tipo de texto, como à falta de conhecimento, formação dos professores para desenvolver propostas com a poesia.

Desta forma, nos sentimos desafiados a sugerir um roteiro de atividades para o 2º ciclo do Ensino Fundamental a partir do poema “Jogo de Bola” de Cecília Meireles, tendo em vista contribuir com os professores para minimizar esse distanciamento entre a poesia e a sala de aula. Urge que tenhamos a coragem de ousar, criar, sonhar transformar a sala de aula em um espaço de prazer, fruição e criação.

As sugestões propostas a seguir podem ser desenvolvidas durante uma quinzena, mês ou bimestre, dependendo do interesse e da motivação da turma e do professor.

A escolha do poema “Jogo de Bola” da Cecília Meireles se deve ao fato de os alunos do 2º ciclos terem verdadeira paixão pelas brincadeiras com bola, facilitando assim a aproximação das crianças com o poema em análise.

1. Objetivos
- Estimular a prática de leitura de poemas;
- Promover a aproximação do aluno com o texto poético; e
- Favorecer o desenvolvimento da criatividade, sensibilidade, imaginação através da leitura do texto poético.

2. Metodologia:

1º Momento:
Para motivar o início da aula o(a) professor(a) traz para sala de aula uma bola e propõe a brincadeira "Perguntas e Respostas", que consiste em fazer uma pergunta e jogar a bola em direção a uma criança para que ela responda a pergunta. Para começar a brincadeira é importante que o(a) professor(a) faça a pergunta para direcionar a temática que será discutida como por exemplo: Que tipo de jogos eles mais gostam? Por quê? Quais os maiores problemas que eles enfrentam nas partidas? Que jogos participam meninos e meninas? Como eles vêem o futebol feminino? O que eles aprendem com os jogos? Quais os melhores jogadores da sala, do colégio, da Paraíba e do Brasil? O que acham dos salários dos jogadores brasileiros? A discussão deve ser ampliada como forma de conhecer o nível de compreensão da turma sobre a temática.

2º Momento:
Distribuição do poema, neste momento o (a) professor(a) distribui o texto sem tecer considerações, apenas orienta que todos leiam silenciosamente uma ou mais vezes. O tempo para a leitura é fundamental para que as crianças se familiarizem com o poema. Posteriormente o(a) professor(a) deve abrir o espaço para realização da leitura em voz alta pelos alunos. Depois, o(a) professor(a) faz a leitura de forma expressiva. Após esse momento de leitura partilhada os(as) alunos(as) são motivados (as) a apresentarem suas impressões, sentimentos, opiniões sobre o poema: O que acharam do texto? Que verso gostaria de destacar? Por quê? Que sentimentos, idéias o poema faz surgir? Quem gostaria de reler algum verso?

JOGO DE BOLA
Cecília Meireles

A bela bola
rola:
A bela bola do Raul

Bola amarela
A da Arabela

A do Raul
Azul

Rola a amarela
E pula a azul

A bola é mole
É mole e rola.

A bola é bela,
É bela e pula.

É bela rola e pula,
É mole , amarela, azul.

A de Raul é de Arabela,
E a de Arabela é de Raul.

3º Momento
Dividir a turma em grupos com tarefas diversificadas. Nessa situação é importante que se organize o espaço da sala de aula, afastem-se as carteiras para que os grupos sentem no chão e possam desenvolver as atividades propostas.

Trabalho em grupo Descrição da atividade
Grupo1: Montar e ensaiar o jogral (Discutir e distribuir as falas, escolher o cenário, que no caso pode ser um campo. As crianças devem usar a criatividade para transformar a sala de aula em um campo).
Grupo 2: Confeccionar bolas de meias (Trazer o material necessário para construção das bolas de meias e criar um espaço para brincar com elas)
Grupo 3: Copiar as estrofes em cartolinas separadas
Grupo 4: Ilustrar as estrofes com materiais diversificados (Pesquisar algumas ilustrações do poema “ Jogo de Bola”)

3. Outras sugestões:

Para ampliação desse trabalho, sugerimos que o professor (a) traga para a sala de aula outros tipos de textos que abordem a temática jogo de bola, como por exemplo músicas, crônicas e outros tipos de textos.

3.1 Música: É uma Partida de Futebol (Skank)
Essa música aborda a relação entre o futebol e a situação sócio-econômica da maioria da população brasileira. O compositor através de um ritmo que contagia boa parte da juventude consegue mostrar a contradição que existe entre a miséria dos favelados e o sonho que a maioria da população tem de ser jogador de futebol. Essa discussão nos parece pertinente, haja vista que desde cedo precisamos contribuir com a formação de pessoas que pensem criticamente sobre essa realidade para reconstruí-la com base em outros princípios.

É uma partida de Futebol

Bola na trave não altera o placar
Sem ninguém para cabecear
Bola na rede para fazer um gol
Como jogador
Quem não sonhou
Em fazer um gol, ser jogador
de futebol?

A bandeira no estádio é um estandarte
A flâmula pendurada na parede do quarto
O distintivo na camisa do uniforme
Que coisa linda
É uma partida de futebol

Posso morrer pelo meu time
Se ele perder, que dor, imenso crime
Posso chorar se ele não ganhar
Mas se ele ganha

Não adianta
Não há garganta que não pare de berrar

A chuteira veste a meia que veste o pé descalço
O tapete da realeza é verde é o gramado
Olhando para bola eu vejo o sol
Está rolando agora
É uma partida de futebol

O meio campo é o lugar dos craques
Que vão levando o time todo para o ataque
O centro avante, o mais importante
Que emocionante
É uma partida de futebol
O meu goleiro é um homem de elástico
Só os dois zagueiros tem as chaves do cadeado
Os laterais fecham a defesa
Mais que beleza, com certeza
É uma partida de futebol.

3.2 Música: Bola de Meia Bola de Gude (Milton Nascimento)
Poderemos ouvir a música, depois cantar, conversar sobre as impressões que ela nos traz. Refletir sobre quem é esse menino? Quem é a bruxa? Que verso ou estrofes eles gostariam de destacar ? Escolher uma das estrofes para ilustrar. Explicar os motivos da escolha . Pensar sobre as coisas bonitas que o menino acha que nunca deixarão de existir. Montar um debate com a temática: A Amizade, o respeito, o caráter, a bondade, a alegria e amor sempre irão existir? A escolha dos debatedores será feita pelos alunos. Convidar psicólogos, coordenadores para participar desse momento. Marcar um horário com a turma para jogar bola de gude e bola de meia.

Bola de Meia Bola de Gude

Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem para me dá a mão

Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão

Ele fala de coisas bonitas
Que eu acredito que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito, caráter, bondade, alegria e amor
Pois o nosso menino
Não quer viver como toda essa gente insiste em viver
Pois não posso aceitar sossegado qualquer sacanagem
Isso é coisa normal

Bola de meia
Bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança o menino me dá a mão

Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem para me dá a mão.

3.3 Crônica: O Torcedor (Carlos Drumond de Andrade)

3.4 Sugestões de atividade para outras disciplinas (trabalho interdisciplinar)

1) Pesquisar a origem do futebol e montar um painel informativo sobre a HISTÓRIA DO FUTEBOL.
2) Localizar no globo o nome dos diversos países onde aconteceram algumas copas do mundo. Registrar e montar um gráfico com os nomes dos países e suas respectivas bandeiras.
3) Convidar um jogador de futebol e ou um técnico para dar uma palestra sobre os seguintes aspectos: trabalho em equipe, regras, disciplina, salário, contratos, entre outras. O roteiro de entrevista deve ser montado previamente pelos alunos e professores.
4) Montar juntamente com os professores de educação física um campeonato na escola.
5) Construir tabelas fazendo a análise das possibilidades com a ajuda dos professores de matemática.
6) Trazer para escola um nutricionista e ou um médico para discutir a temática ESPORTE-SAÚDE-ALIMENTAÇÃO.
7) Pesquisar nomes e regras de jogos com bola que as crianças brincavam antigamente, como por exemplo o jogo de bola de gude. Anotar as regras para comparar com as regras de hoje.
8) Criar um espaço para jogar com as crianças, em seguida socializar a vivência.
9) Desenhar um logotipo para camisa do campeonato.
10) Através de eleições escolher o desenho que melhor represente o desejo do grupo.
11) Fazer a abertura do campeonato com a apresentação do poema o “Jogo de Bola” que originou todo o trabalho, bem como com a música de Skank.

Mª do Rosário Gomes Germano Maciel

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sonho de Sete de Setembro



Glorifiquemos a Independência
com orgulho e satisfação
Um País gigante, de influência
Formador de opinião.

Políticos de sapiência
Que ama o povo e a educação
Exaltando nossa bandeira
Símbolo da Nação!

A virtude da igualdade
Em cada segmento
A saúde com récorde de desenvolvimento
Curando a ferida aberta sem sofrimento.

Respeito mutuo e contentamento
Uma grande virada
no nível de vida
Bloqueiando os ressentimentos.

O Brasil que é campeão
Não só no futebol
Que era homenageado e gritado
Por desempregados e desdentados.

Celeiro do mundo
Exportador de Tecnologia
O Brasil potente
Cheio de alegria.

Acorde ! é só hoje que podemos sonhar
Amanhã tudo permanece igual!

mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm

Hoje é uma data importante para refletirmos se realmente somos independêntes, com essa miséria assolando, corrupção, roubo, injustiça social e subserviência às grandes potências.
Independência ou Morte!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Publicado no site: O Melhor da Web em 01/09/2010
Código do Texto: 63172

COMO DEVE SER A POESIA PARA CRIANÇAS


A poesia é um gênero literário que sofre os maiores preconceitos editoriais,edita-se pouco mui raramente e sem muito critérios.Grandes poetas brasileiros não têm versões infantis de suas obras,e poetas menores,não dominam o verso, não sabem falar de modo sensível e belo,têm suas pobres palavras impressas.
A poesia para crianças,assim como a prosa,tem que ser, antes de tudo boa e muito boa! De primeiríssima qualidade! Bela, movente, cutucante, nova, surpreendente, bem escrita... Mexendo com a emoção, com as sensações, com os poros, ou que passaria despercebido ,mostrando algo de especial,invertendo a forma usual de a gente se aproximar de alguém ou de alguma coisa...
Prazerosa, divertida, inusitada se for a intenção do autor... Prazerosa, gostosa, lúdica, brincante, se for a intenção...
Ou,como diz José Paulo Paes, ao dar sua “explicação”, em seu livro È isso ali: “A poesia não é mais do que uma brincadeira com as palavras. Nessa brincadeira com as palavras pode e deve significar mais de uma coisa ao mesmo tempo:Isso aí é também isso ali.
Há poetas que brincam com as palavras dum modo gostosíssimo de a criança ouvir e ler. Lidam com toda uma ludicidade sonora, às vezes musical, às vezes engraçada, no jeito como vão juntando palavras, fazendo com que se movam pela página quase como os significados diferentes que uma mesma palavra possui.
Sidônio Muralha, autor de A Tv da bicharada, faz isso lindamente, em: Dia de festa
E tudo que lá
Havia,
E tudo o que havia lá
Que se chamasse alegria
Que se chamasse poesia
Só sabia
O sabiá.
Vale a pena conferir: Cecília Meirelles – O menino dos ff e RR.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Morfologia e Sintaxe.

Morfologia e Sintaxe.

A Morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras de acordo com a classe gramatical a que ela pertence. Quando nos referimos às classes gramaticais, logo sabemos que se refere àquelas dez, que são: substantivos, artigos, pronomes, verbos, adjetivos, conjunções, interjeições, preposições, advérbios e numerais.

A Sintaxe é a parte que estuda a função que as palavras desempenham dentro da oração.
Agora, referimo-nos a sujeito, adjunto adverbial, objeto direto e indireto, complemento nominal, aposto, vocativo, predicado, entre outros.
Para melhor entendermos o que foi dito, tomemos como exemplo as seguintes orações:

A manhã está ensolarada
Agora faremos a análise morfológica de todos os seus termos:

A - artigo
Manhã - substantivo
Está - verbo (estar)
Ensolarada - adjetivo

Quanto à análise sintática, temos:

A manhã - Sujeito simples
Está ensolarada - predicado nominal, pois o verbo proposto denota estado, logo é um verbo de ligação.
Ensolarada - predicativo do sujeito, pois revela uma característica (qualidade) sobre o mesmo.

Marcos e Paulo gostam de estudar todos os dias.

Morfologicamente temos:

Marcos - substantivo próprio
Paulo - substantivo próprio
Gostam- verbo (gostar)
De - preposição
Estudar - verbo no infinitivo (forma original)
Todos- pronome indefinido
Os- artigo definido
Dias- substantivo simples

E sintaticamente:

Marcos e Paulo - sujeito composto (dois núcleos)
Gostam de estudar todos os dias- predicado verbal
De estudar - objeto indireto (complementa o sentido do verbo)
Todos os dias - adjunto adverbial de tempo
Podemos perceber que quando se trata da análise morfológica, os termos da oração são analisados passo a passo, já na análise sintática, eles são analisados de acordo com a posição desempenhada.

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Poemas escolhidos para vivências de aprendizagem na escola e na empresa

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Aprender com poesia
Poemas escolhidos para vivências de aprendizagem na escola e na empresa
CONVERSA DE BOTEQUIM



A oficina Prestação de Serviços de Salão e Bar, do Projeto Trilha Jovem, tem início com o processo de desenvolvimento da competência “atender o cliente”. E, logo de entrada, para aquecer um primeiro debate sobre o cliente, a sessão de aprendizagem apresenta a canção Conversa de Botequim, de Noel Rosa e Vadico. A ilustração é alusão à própria canção, capa de LP de Moreira da Silva.

Conversa de Botequim

Noel Rosa e Vadico

Seu garçom, faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d’água bem gelada

Fecha a porta da direita com muito cuidado
Que não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol
Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão uma caneta, um tinteiro
Um envelope e um cartão
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro que me empreste umas revistas
Um isqueiro e um cinzeiro
Telefone ao menos uma vez para 34-4333
E ordene ao Seu Osório que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório

Seu garçom, me empreste algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure essa despesa no cabide ali em frente

Se quiser conhecer a página que apresenta a descrição da situação de aprendizagem que utiliza a canção Conversa de Botequim como recurso, clique aqui. Trata-se de um excerto das referências para a ação docente, elaboradas pela Germinal Consultoria .
Publicado em:

* Noel Rosa

on novembro 26, 2009 at 7:16 pm Deixe um comentário
Tags: aula, situação de aprendizagem, Educação para o trabalho, germinal consultoria, trilha jovem, atividade, sessão de aprendizagem, saber ouvir, música, Salão e bar, botequim
VOCÊ JÁ FOI À BAHIA?

A canção de Caymmi em que se diz que a Bahia “tem um jeito que nenhuma terra tem” introduziu uma das unidades didáticas do Programa Trilha Jovem - Oficina de Turismo e suas Dimensões. Nessa introdução, foi travada a discussão sobre o que faz o jeito de ser de um lugar, seja de uma cidade ou de um país.

Decorreu daí uma reflexão sobre o quanto os profissionais de turismo, das diferentes áreas, contribuem para a formação da marca da hospitalidade brasileira. A seguir debateu-se sobre qual seria essa marca e sobre quais seriam as características desejáveis de uma cultura brasileira da hospitalidade.

A sessão de aprendizagem teve início com a audição da música, cuja letra apresentamos a seguir:

Você já foi à Bahia?

(Dorival Caymmi)

Você já foi à Bahia, nêga?
Não? Então vá!
Quem vai ao Bonfim, minha nêga
Nunca mais quer voltar
Muita sorte teve
Muita sorte tem
Muita sorte terá
Você já foi à Bahia, nêga?
Não? Então vá!
Lá tem vatapá! Então vá!
Lá tem caruru! Então vá!
Lá tem mungunzá! Então vá!
Se quiser sambar! Então vá!
Nas sacadas dos sobrados
Da velha São Salvador
Há lembranças de donzelas
Do tempo do imperador
Tudo isso na Bahia
Faz a gente querer bem
A Bahia tem um jeito
Que nenhuma terra tem

Se quiser, ouça a canção com a família Caymmi.

Se quiser conhecer a página que apresenta a situação de aprendizagem onde a canção “Você já foi à Bahia?” introduz o debate sobre a formação da cultura brasileira da hospitalidade, clique aqui. O link dá acesso a um excerto do manual do instrutor da Oficina Turismo e suas Dimensões, que faz parte do currículo do Programa Trilha Jovem, desenvolvido pela Germinal Consultoria .
[1] Disponível em . Consulta em: 15 ago. 2006.
Publicado em:

* Dorival Caymmi

on novembro 12, 2009 at 10:41 pm Deixe um comentário
Tags: atividade, aula, cultura, dinâmica, dinâmica de aprendizagem, ensino, germinal consultoria, hospitalidade, música, metodologia, situação de aprendizagem, trilha jovem, turismo, vivência
UM BRINDE AO APRENDER



Este post, apresenta mais um poema enviado pela leitora, e já colaboradora, Maria Eliane Azevedo da Silva . Ele decorre da página : Envie suas experiência de aprender com poesia, onde incentivamos nossos visitantes a participarem da construção do blog. Recordando o texto da página:

Este blog apresenta experiências de aprendizagem que incluem poemas, de diferentes maneiras.

Ele está aberto para a participação de todos os visitantes que tem alguma experiência significativa de aprender com poesia, seja como professor ou como aluno/participante.

Anime-se a divulgar a descrição de sua experiência de aprendizagem, incluindo a poesia, enviando-a para: nataliarodrigo@germialconsultoria.com.br.



Um brinde ao aprender!

Na manhã…

No entardecer…

No anoitecer da vida!

Na complexidade da pós-modernidade…

Um brinde ao gesto,

ao eterno erguer as mãos

para aprender a aprender !

Aprender a coragem de se dar

de escutar

de falar

de silenciar

de comprometer com

a educação do olhar e para o olhar.

Aprender com poesia

A arte do eterno Conhecer,

Conviver, Fazer e Ser

Em tudo, entre tudo e contudo

Aprendendo…

Na sensibilidade ao essencial,

No encantamento…

Que abre os olhos

para viver e ser mais

vida na vida!

Olhando juntos na mesma direção…

Para o eterno aprender!

Maria Eliane Azevedo da Silva

06/09/2009
Publicado em:

* Poemas enviados pelos leitores

on setembro 25, 2009 at 10:02 pm Deixe um comentário
Tags: aprendizagem, criatividade, verso, vivência, saber ouvir, aprender a aprender, aprender com poesia, conhecer, conviver, fazer, ser
4 músicas sobre sonho, vida e beleza





Esta postagem é diferente das anteriores. Ela apresenta quatro músicas ao mesmo tempo. A referência para a postagem de poesias e músicas neste blog tem sido sempre uma situação de aprendizagem. E essas quatro músicas fazem parte de uma mesma dinâmica de aprendizagem. Embora totalmente diferentes entre si, as quatro canções falam de beleza, de valores pessoais, de trabalho, de sonhos e ideais, da vida. A situação de aprendizagem que deu origem a este post faz parte de um programa de aprendizagem: o “Jovem Aprendiz Rural”, do SENAR/SP e refere-se ao componente curricular: Projeto de Vida.



1. Beleza Pura (Caetano Veloso)

Não me amarra dinheiro não
mas formosura
Dinheiro não
a pele escura
Dinheiro não
a carne dura
Dinheiro não
Moça preta do Curuzu
Beleza pura
Federação
Beleza pura
Boca do Rio
Beleza pura
Dinheiro não
Quando essa preta começa a tratar do cabelo
É de se olhar
Toda a trama da trança a transa do cabelo
Conchas do mar
Ela manda buscar pra botar no cabelo
Toda minúcia
Toda delícia
Não me amarra dinheiro não
mas elegância
Não me amarra dinheiro não
mas a cultura
Dinheiro não
a pele escura
Dinheiro não
a carne dura
Dinheiro não
Moço lindo do badauê
Beleza Pura
Do Ilê aiyê
Beleza Pura
dinheiro Hié
Beleza Pura
Dinheiro não
Dentro daquele turbante dos filhos de Gandhi
É o que há
Tudo é chique demais, tudo é muito elegante
Manda botar
Fina palha da corte e que tudo se trance
todos os búzios
todos os ócios
Não me amarra dinheiro não
Mas os mistérios





2. Sonho Impossível (J. Darion – M. Leigh, versão de Chico Buarque e Ruy Guerra)

Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão





3. Tocando em frente (De Almir Sater e Renato Teixeira)

Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte
Mais feliz quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco eu sei
Eu nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada
Eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia
Todo mundo chora um dia
A gente chega
E o outro vai embora
Cada um de nós
Compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz.





4. Redescobrir ( Luiz Gonzaga Júnior)

Como se fora brincadeira de roda
Memória
Jogo do trabalho na dança das mãos
Macias
O suor dos corpos na canção da vida
História
O suor da vida no calor de irmãos
Magia
Como um animal que sabe da floresta
Memória
Redescobrir o sal que está na própria pele
Macia
Redescobrir o doce no lamber das línguas
Macias
Redescobrir o gosto e o sabor da festa
Magia
Vai o bicho homem fruto da semente
Memória
Renascer da própria força a própria luz e fé
Memória
Entender que tudo é nosso, sempre esteve em nós
História
Somos a semente, ato, mente e voz
Magia
Não tenha medo meu menino povo
Memória
Tudo principia na própria pessoa
Beleza
Vai como a criança que não teme o tempo
Mistério
Amor se fazer é tão prazer que é como fosse dor
Magia





Se quiser conhecer a situação de aprendizagem em que as quatro músicas acima são usadas, clique aqui. Ela faz parte do Projeto de Vida do Programa “Jovem Aprendiz Rural” e foi retirada do manual do instrutor, elaborado pela Germinal Consultoria.
Publicado em:

* Almir Sater
* Caetano Veloso
* Chico Buarque
* Gonzaguinha

on setembro 4, 2009 at 10:08 pm Comentários (1)
Tags: aula, beleza, beleza pura, dinâmica de aprendizagem, germinal consultoria, ideais, música, plano de carreira, plano de vida, programa de aprendizagem, projeto, redescobrir, situação de aprendizagem, sonho, sonho impossível, tocando em frente, valores pessoais, versos
FILOSOFIA DO APRENDIZ …



Com este post, abrimos uma nova categoria do blog: poemas enviados pelos leitores. Na página 1: Envie suas experiência de aprender com poesia, incentivamos nossos visitantes a participarem da construção do blog. Recordando o texto da página:

Este blog apresenta experiências de aprendizagem que incluem poemas, de diferentes maneiras.

Ele está aberto para a participação de todos os visitantes que tem alguma experiência significativa de aprender com poesia, seja como professor ou como aluno/participante.

Anime-se a divulgar a descrição de sua experiência de aprendizagem, incluindo a poesia, enviando-a para: nataliarodrigo@germialconsultoria.com.br.

Finalmente recebemos a primeira participação de uma visitante. Trata-se de um poema de Maria Eliane Azevedo da Silva que, com a permissão da autora, reproduzimos a seguir.



FILOSOFIA DO APRENDIZ …

Aprender é uma travessia…



E me faz pensar na beleza da filosofia do aprendiz…

Uma pessoa aprendente

Caminha segura e nada teme

Sabe que não sabe

Deseja conhecer, saber

Empreende uma travessia

Tem amizade pela sabedoria

Amor e respeito pelo saber



Uma pessoa aprendente

Cultiva a simplicidade

Tem consigo o valor da humildade

E a coragem do desconstruir

Pra reconstruir

Ou construir algo novo.



Uma pessoa aprendente

Valoriza a essência do ser

Ultrapassa o conhecido

E o desconhecido

Caminha com os olhos

Abertos para o que está além

Do aparente, do conhecido

E vislumbra um vir-a-ser

Simplesmente aprendiz

No caminho da vida.



Maria Eliane Azevedo da Silva (07/10/2008)

Enviado em 11/08/2009
Publicado em:

* Poemas enviados pelos leitores

on agosto 24, 2009 at 9:07 pm Comentários (2)
Tags: aprendente, aprendizagem, poema, poesia, rima, versos
CIRANDA DA BAILARINA





A atividade de auto ou hetero-avaliação ou a avaliação de resultados dos trabalhos desenvolvidos em dinâmicas ou situações de aprendizagem, seja feita individualmente ou em grupo, costuma provocar desconforto ou tensão. O desconforto pode ser maior ou menor, mais ou menos explícito. Isso depende da turma e do local de realização: se na empresa ou na escola. Mas, sempre acontece.

Para que a avaliação seja mais precisa e efetiva, esse ambiente de tensão deve ser dissolvido. Preceder a atividade de avaliação com a audição da Ciranda da Bailarina dá-lhe um tom de leveza. Vale como um lembrete bem humorado de que, por melhor que tenha sido o trabalho, as atuações não foram perfeitas e é sempre possível fazer melhor. Só para a bailarina isso não seria possível.


Ciranda da Bailarina
Chico Buarque

Composição: Edu Lobo / Chico Buarque

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Berruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem

Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem

Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem

Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem

O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem

Procurando bem
Todo mundo tem…



Abaixo, o vídeo da Ciranda da Bailarina interpretada por seus compositores, Chico Buarque e Edu Lobo.



Se quiser conhecer a página Ciranda da Bailarina na Preparação do Feedback, clique aqui. Ela apresenta um exemplo prático, com um excerto do manual do instrutor da Oficina de Trabalho em Equipe, que faz parte do currículo do Programa Jovem Aprendiz Rural, desenvolvido pela Germinal Consultoria .
Publicado em:

* Chico Buarque

on julho 27, 2009 at 11:04 pm Deixe um comentário
Tags: atividade, aula, avaliação, dinâmica, empresa, escola, música, poesia, situação de aprendizagem
TEMPO REI


P. Cézanne, Rochedos em LEstaque

P. Cézanne, Rochedos em L'Estaque

As idéias de transformação, mudança, renovação suscitadas pela letra da música Tempo Rei, de Gilberto Gil, são fonte de inspiração para um exercício de criatividade no programa Letramento Digital, destinado à inclusão digital de jovens e adultos com dificuldades de leitura e escrita. A utilização da canção popular é uma constante neste programa, que procura, permanentemente em seu processo, a mobilização individual para a leitura e escrita, com utilização do computador.

Ao final desta página, há um link disponível para abrir a descrição da situação de aprendizagem que tem esta canção como recurso instrucional.

Tempo Rei
(Gilberto Gil)

Não me iludo
Tudo permanecerá
Do jeito que tem sido
Transcorrendo
Transformando
Tempo e espaço navegando
Todos os sentidos…

Pães de Açúcar
Corcovados
Fustigados pela chuva
E pelo eterno vento…

Água mole
Pedra dura
Tanto bate
Que não restará
Nem pensamento…

Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai
As velhas formas do viver
Ensinai-me
Oh Pai!
O que eu, ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo
Socorrei!…

Pensamento!
Mesmo o fundamento
Singular do ser humano
De um momento, para o outro
Poderá não mais fundar
Nem gregos, nem baianos…

Mães zelosas
Pais corujas
Vejam como as águas
De repente ficam sujas…

Não se iludam
Não me iludo
Tudo agora mesmo
Pode estar por um segundo…

Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai
As velhas formas do viver
Ensinai-me
Oh Pai!
O que eu, ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo
Socorrei!…(2x)

Á música pode ser ouvida no vídeo a seguir:

Para visualizar a sessão de aprendizagem, da etapa Criar, do projeto Letramento Digital, criado pela Germinal Consultoria em parceria com o Senac/Rio, clique aqui.
Publicado em:

* Gilberto Gil

on julho 15, 2009 at 2:47 pm Deixe um comentário
Tags: criatividade, germinal consultoria, inclusão digital, letramento, letramento digital, música, práticas de leitura e escrita, situação de aprendizagem, tempo
Edite


Paisagismo Brasil

Paisagismo Brasil

Desenvolver um programa de formação profissional para empregadas domésticas implica, necessariamente, entrar no íntimo das atividades de uma moradia.

O poema Edite exalta a mulher simples imersa no mundo dos afazeres caseiros, lembrando detalhes, movimentos e cheiros característicos da rotina dos trabalhos.

Edite é quase uma fada dos serviços domésticos, cuja presença transcende, certamente, o simples fazer. Nesse sentido, o poema Edite foi usado como um cartão de boas vindas à profissão de empregada doméstica, olhada de uma forma mais complexa e sensível do que o usual.

Com este poema de Cecília Meireles, o programa de Formação de Empregadas Domésticas do Senac/SP, elaborado pela Germinal Consultoria, foi iniciado.



EDITE

Cecília Meireles



Cantemos Edite, a minha loura, branca e azul,

cujo avental de linho é a alegre vela de um barco

num domingo de sol, e cuja coifa é uma gaivota

planando baixa, pelo quarto.



Cantemos Edite, a anunciadora da madrugada,

que passa carregando os lençóis e as bandejas,

deixando pelos longos corredores

frescuras de jardim e ar de nuvem caseira.



Cantemos Edite, a de mãos rosadas, que caminha

com sorriso tão calmo e palavras tão puras:

sua testa é um canteiro de lírios

e seus olhos, miosotis cobertos de chuva.



Cantemos Edite, a muito loura, branca e azul,

que à luz ultravioleta se converte em ser abstrato,

em anjo roxo e verde, com pestanas incolores,

que sorri sem nos ver e nos fala calado.



Cantemos Edite, a que trabalha silenciosa

preparando todas as coisas desta vida,

porque a qualquer momento a porta deste mundo se abre

e chega de repente o esperado Messias.[1]


[1] Poesia Completa/ Cecília Meireles. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. vol 1 – pag. 579
Publicado em:

* Cecília Meireles

on junho 30, 2009 at 4:35 pm Deixe um comentário
Tags: poesia, poema, ensino, situação de aprendizagem, Educação para o trabalho, germinal consultoria, verso, poeta, atividade, empregada doméstica, qualificação, educação profissional, formação profissional
TRÊS IDADES



As Três Idades da Mulher, Gustav Klimt

Olhar para trás, visualizar o caminho já percorrido ajuda a organizar o pensamento. É importante, especialmente, para projetar o que se quer realizar no futuro. Isso vale para a definição de um projeto de vida, incluindo o profissional.

Elaborar um projeto de vida é uma competência que os jovens precisam desenvolver. Essa é uma aprendizagem proporcionada aos jovens em programas de educação básica para o trabalho, desenvolvidos pela Germinal Consultoria.

Nesses programas, o poema Três Idades é usado em dinâmicas e situações de aprendizagem para introduzir uma reflexão sobre o projeto de vida.
Três Idades

Manuel Bandeira

A vez primeira que te vi,
Era eu menino e tu menina.
Sorrias tanto… Havia em ti
Graça de instinto, airosa e fina.
Eras pequena, eras franzina…

A ver-te, a rir numa gavota,
Meu coração entristeceu
Por que? Relembro, nota a nota,
Essa ária como enterneceu
O meu olhar cheio do teu.

Quando te vi segunda vez,
Já eras moça, e com que encanto
A adolescência em ti se fez!
Flor e botão… Sorrias tanto…
E o teu sorriso foi meu pranto…

Já eras moça… Eu, um menino…
Como contar-te o que passei?
Seguiste alegre o teu destino…
Em pobres versos te chorei
Teu caro nome abençoei.

Vejo-te agora. Oito anos faz,
Oito anos faz que não te via…
Quanta mudança o tempo traz
Em sua atroz monotonia!
Que é do teu riso de alegria?

Foi bem cruel o teu desgosto.
Essa tristeza é que mo diz…

Ele marcou sobre o teu rosto
A imperecível cicatriz:
És triste até quando sorris…

Porém teu vulto conservou
A mesma graça ingênua e fina…
A desventura te afeiçoou
À tua imagem de menina.
E estás delgada, estás franzina…

Manuel Bandeira, Poesia Completa e Prosa, Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1985
Publicado em:

* Manuel Bandeira

on junho 18, 2009 at 7:57 pm Deixe um comentário
Tags: aprendizagem, criatividade, dinâmica, empresa, ensino, escola, germinal consultoria, metodologia, versos, vivência
PARA “A SEBASTIANA “





La Sebastiana - casa de Neruda

O poema Para “La Sebastiana” entrou pela primeira vez como recurso instrucional numa situação de aprendizagem da Oficina de Artes Mecânicas de um Curso para Caseiros, desenvolvido pela Germinal Consultoria . Neste caso, havia uma correspondência direta com os temas em estudo. Depois o poema foi inserido em outras situações de aprendizagem de diferentes áreas. Para “La Sebastiana” descreve com poesia a emoção da construção e da concretização do projeto.

Neruda escreveu o poema enquanto construia sua própria casa. Mas ele pode ser referido a qualquer outro projeto ou construção humana. De preferência deve ser usado em projetos que tenham a possibilidade de mobilizar intensamente as emoções de seus protagonistas.



Para “A Sebastiana”

Eu construi a casa.

Primeiramente fi-la de ar.
Depois hasteei a bandeira
e deixei-a pendurada
no firmamento, na estrela,
na claridade e na escuridão.

Cimento, ferro, vidro,
eram a fábula,
valiam mais que o trigo e como o ouro,
era preciso procurar e vender,
e assim um camião chegou:
desceram sacos e mais sacos,
a torre fincou-se na terra dura - mas isto não basta, disse o construtor,
falta cimento, vidro, ferro, portas -
e nessa noite não dormi.

Mas crescia,
cresciam as janelas
e com pouca coisa,
projetando, trabalhando,
arremetendo-lhe com o joelho e o ombro
cresceria até ficar completada,
até poder olhar pela janela,
e parecia que com tanto saco
poderia ter teto e subir
e agarrar-se, por fim, à bandeira
que suspensa do céu agitava ainda as suas cores.

Dediquei-me às portas mais baratas,
às que morreram
e foram arrancadas das suas casas,
portas sem parede, rachadas,
amontoadas nas demolições,
portas já sem memória,
sem recordação de chave, e disse: “Vinde
a mim, portas perdidas:
dar-vos-ei casa e parede
e mão que bate,
oscilareis de novo abrindo a alma,
velareis o sono de Matilde
com as vossas asas que voaram tanto.”

Então a pintura
chegou também lambendo as paredes,
vestiu-as de azul-celeste e cor-de-rosa
para que se pusessem a bailar.
Assim a torre baila,
cantam as escadas e as portas,
sobe a casa até tocar o mastro,
mas o dinheiro falta: faltam pregos,
faltam aldrabas, fechaduras, mármore.
Contudo, a casa
vai subindo
e algo acontece, um latejo
circula nas suas artérias:
é talvez um serrote que navega
como um peixe na água dos sonhos
ou um martelo que pica
como um pérfido pica-pau
as tábuas do pinhal que pisaremos.

Algo acontece e a vida continua.

A casa cresce e fala,
aguenta-se nos pés,
tem roupa pendurada num andaime,
e como pelo mar a primavera
nadando como uma ninfa marinha
beija a areia de Valparaíso,

não se pense mais: esta é a casa:
tudo o que lhe falta será azul,
agora só precisa de florir.
E isso é trabalho da Primavera.
Neruda, Pablo, Plenos Poderes, Tradução de Luís Pignatelli, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1962, p.73.

Se quiser visualizar a sessão de aprendizagem da oficina Artes Mecânicas para caseiros, criada e desenvolvida pela Germinal Consultoria para o Senac/SP, clique aqui.
Publicado em:

* Pablo Neruda

on junho 4, 2009 at 11:38 pm Deixe um comentário
Tags: aprendizagem, Artes Mecânicas, casa, caseiros, construção, dinâmica, germinal consultoria, Pablo Neruda, poema, poesia, poeta, projeto, sessão de aprendizagem, situação de aprendizagem, verso, vivência
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